Ela foi cheia de expectativas, de sonhos e de muita ilusão. Estava feliz, no caminho era pura ansiedade. E quando finalmente chegou, mais felicidade sentiu. Mas com o passar dos dias, viu que tudo era diferente, o lugar não era o mesmo, as pessoas não eram as mesmas, e Ele, Ele parou no tempo.
E os dias se tornaram tristes, sombrios, chuvosos. O sorriso não foi visto mais nos seus lábios. E aí, percebeu que tudo que imaginava, que idealizou, não era real, que Ele não era o mesmo dos seus pensamentos.
Então resolveu, dolorosamente, se desfazer, se desapegar. É tão doloroso o desapego! Com muito pesar, iniciou o processo. Primeiro se isolou (ela precisava ter certeza da escolha que fez), por alguns momentos achou que estava sendo covarde e noutros sentia pena de si mesma; depois tirou todo o grau de importância que a presença dele representava. E tudo isso foi feito lentamente, do-lo-ro-sa-men-te.
Ela sentirá falta dele, mas agora pode ser só uma lembrança em preto e branco. E para finalizar o processo definitivamente bastava somente um novo amor. Um “novo Ele”, um Ele que dessa vez pudesse ter um nome, e que fosse cúmplice, gentilmente interessante e o mais importante de tudo: que a amasse. Que simplesmente a amasse.
A reciprocidade e a renúncia são ingredientes importantes e que muitas vezes não estão no paladar dos relacionamentos. Neste exato momento o processo está em andamento e o fato de que Ele mesmo estando perto está mais distante que antes ajuda na conclusão. Quando ela for embora e estiver fisicamente distante tudo será mais fácil e o seu coração estará livre.