quinta-feira, fevereiro 24

O portão





Deixo-te ir com o coração partido
As mãos em um movimento de sobe e desce dos dedos
ficam a altura do rosto na lateral da porta,
Os olhos com a esperança de que mude de idéia
e retorne como um filme de trás para frente.

Mas você vai, sem olhar para trás.
Foi mais uma noite daquelas, de pura insônia.
Insônia inquietante, ardente, ofegante, prazerosa.
Éramos apenas nós dois, uma cama, um espelho, uma luz (a meia luz).
Aquele era o meu momento, você era meu,
somente meu e estava presente de corpo e mente.

Cumplicidade adúltera, amor racionalmente astucioso,
esta é a nossa relação.
O portão é o nosso limite,
quando você passa por ele, tudo acaba,
e então espero o dia seguinte.
Não almejo a exclusividade,
quero ser a fuga do dia,
o descanso da alma.

4 amor e ilusão:

A moça da flor disse...

Nossa! quanta intensidade! gosto de poesias/textos assim!
Me lembra a intensidade do livro que tou lendo Folhas de Relva do Walt Whitman. Bem cru...
bem interessante!
gostei mesmo!
beijo e obrigada pelos parabéns ^^

Anônimo disse...

gostei do lirismo. a fuga do dia, o alívio da alma, é sempre o mais importante.

Anônimo disse...

bastante comovente.me fez recordar de um passado doloroso.texto muito bom!

Thiago César disse...

bela imagem, nem digo pq... hehe!