domingo, outubro 9

Passional


- E aí, o que vai rolar no dia 13, hein?! Iiiihh, agora que percebi vai cair em uma sexta-feira. Sexta-Feira 13, uuuuuhh! - disse Alice e todos riram.

- Ainda não sei o que ela quer fazer – disse Jonas olhando para Maura.

- Pedi folga e vou querer 24h de sexo. Quero comemorar com o Jonas e a nossa cama – beijou Jonas
- Ah, essa eu gostei! – disse Jonas.

Maura levantou-se e seguiu para o banheiro do restaurante. Passaram alguns minutos, e quando Maura retorna, fita de longe uma conversa descontraída entre os dois e observa que Alice anotara algo na contra-capa do caderno. Eles perceberam a aproximação de Maura e a conversa cessou bruscamente. Maura olha para os dois e pergunta o que estavam conversando.
Alice responde que não é nada de importante. Logo em seguida Jonas a beija e pergunta se pode pedir a conta. Maura balança a cabeça positivamente.
Dois dias depois, Maura ao sair do quarto em direção a sala, escuta Jonas falando ao celular bem baixinho. Alice, do outro lado da linha, dizia que ia levar o bolo na sexta pela manhã.

- Tá, ok! Beijos! – disse Jonas ao desligar o celular.

Maura passou pela sala e foi até a cozinha. Jonas gritou estou indo amor e bateu a porta.
Maura ficou pensando nessa história o resto da semana, como uma ideia fixa, daquelas que lhe engasga a garganta até você gritar aos sete ventos o que lhe atormenta.
Na semana seguinte, foi escalada para um treinamento de tiros, ficaria ocupada até a madrugada de quarta para quinta. A cada dia de treinamento suas tensões e angústias eram externadas com os acertos no alvo. Vibrava como se matasse um inimigo de verdade, matava o motivo da sua fúria.
Quinta pela manhã, aproveitou que Jonas passaria o dia fora e ligou para Alice convidando-a para almoçar.
Assim que Alice chegou, Maura percebeu que ela levara o mesmo caderno daquela noite. Então, aguardou a oportunidade certa e folheou o caderno encontrando na contra-capa o número de um celular e a letra “J” ao lado. Logo em seguida, Alice retorna do banheiro e Maura mostrando o número, pergunta:

- O que o número do Jonas está fazendo no seu caderno?

- Não é do Jonas. – respondeu Alice.

- Quer me fazer de idiota? Acha que eu não saberia o número de celular do meu próprio namorado?

- Não é nada demais, Maura, eu garanto!

- Não seja imbecil, garota, acha mesmo que eu vou acreditar nisso? Eu já tinha percebido o seu jeito para o lado dele, sua vadia!!

- Não me chama de vadia! Eu só estava querendo ajudar na surpresa, então foda-se!! - e deu as costas, dirigindo-se em direção a porta.

- Sua mal fudida!!! – gritou Maura, enquanto via aquele  corpo lentamente cair com um buraco no meio da cabeça.

Maura largou a arma na mesa, calmamente pegou o maço de cigarros e saiu.
Sentada nas pedras, fumou um cigarro, ficou ouvindo o barulho das ondas enquanto contemplava o pôr-do-sol.

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